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A Retomada do Transporte Rodoviário de Cargas “Pós COVID-19” – Minha Análise

Por fpontts
30 de abril de 2020
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A Retomada do Transporte Rodoviário de Cargas “Pós COVID-19” – Minha Análise
O transporte rodoviário de cargas já vinha a alguns anos em processos de restruturação de mercado por questões da competitividade e problemas de gestão de seu custeio e de organização perante a evolução dos níveis de serviços exigidos pelos Clientes, cada vez mais automatizados em seus controles e os custos adicionais por transferências nas operações, separação de cargas recebidas em lotes, restrições de trânsito não remunerado, risco de roubo em algumas regiões com criminalidade, defasagem de fretes por achatamento via concorrências, etc. custos estes que a maioria não conseguiu repassar por questões diversas.

Com o evento COVID-19, todo o cenário foi agravado por questões puramente de falta de caixa em grande parte das Empresas, que já vinham comprometidas em seus resultados, e assim com o modelo de comercialização de fretes segmentado por categorias e o fechamento via férias coletivas ou quarentena de seus Clientes, algumas empresas tiveram perdas de receita superiores acima da média colhida pelas pesquisas da NTC & Logística que chegou a mais de 40% (quarenta por cento), com algumas chegando a 70% (setenta por cento) de perda de receita, ai bateu o “desespero” de como manter as operações sem caixa e com os bancos fechados por questões de falta de garantias.

O que a maioria fez:

1.     Férias coletivas – Consumo de caixa;
2.     Suspensão de contrato de trabalho – Alivio de caixa;
3.     25 a 50 % de redução de jornada de trabalho e salários – Alivio de caixa;
4.     Renegociação de alugueis – Alivio de caixa;
5.     Postergação de pagamento de fornecedores em geral – Equilibrando o caixa com os recebíveis dos Clientes;
6.     Postergação de pagamento de impostos – Alivio de caixa;
7.     Solicitação de prazos por Clientes – Fluxo de caixa prejudicado, e futura perda de receita/clientes.

Mesmo com todas estas ações, quem já vinha com o desequilíbrio em sua geração de caixa, entrou em colapso operacional e financeiro, com cargas a entregar, sem novas receitas e inadimplência em alta.

Acredito que a retomada será com uma mudança nas relações comerciais Clientes X Transportadoras (as que resistirem) neste sentido por questões e/ou problemas gerados na comunicação (entenda-se faltas de diálogo) no processo de negociações dos prazos de pagamentos, criando um ruído comercial muitas das vezes intransponível, e assim teremos trocas de operadores via concorrências por este motivo e pelas reduções de custos gerados na crise, tipo combustíveis, alugueis e outros custos que o mercado percebe e procurara por redução de preços de fretes e operações logísticas em geral.
Outro ponto, será a quebra da máxima/paradigma de ter apenas uma transportadora por região, por questões de tecnologia, os Clientes tenderam a buscar a excelência de cada transportadora por Estado e menores preços, pois os sistemas/aplicativos já permitem o acompanhamento de diversas operações e manutenção da qualidade dos níveis de serviços.

Vão também acontecer as movimentações das transportadoras que sofreram por serem especialistas em determinados setores e outras que tenderão a diversificar em sua atuação comercial para evitar as sazonalidades e possíveis novas crises, e neste tocante o setor que prosperou, medicamentos, alimentos, material de limpeza e higiene pessoal passarão a ter mais concorrência e como consequência achatamento de preços dos fretes.

Alianças operacionais, esta será uma boa saída para grande parte das médias e pequenas empresas de transporte de cargas, ajustando suas operações para rateio de custos em suas plataformas de embarques, entregas e trafego mutuo de cargas nos mesmos caminhões para equacionar prazos de entregas, pois acredito que deveremos levar até 06 meses para recuperar os patamares de receitas de 2019.

Enfim, este é o cenário que vejo analisando todo o contexto e conhecendo deste 1988 este setor que transporta a economia do Brasil de forma tão gloriosa.

Francisco Pontes
@executivosdelogistica
@fpontts
@construinopontescomresultado
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